A crise financeira de 2008, também conhecida como a crise do subprime ou o crash de Wall Street, teve repercussões globais. O mercado imobiliário nos Estados Unidos teve uma bolha especulativa, onde muitos empréstimos hipotecários foram concedidos a pessoas que não tinham condições de pagar, e o valor das casas subiu vertiginosamente. Quando essas pessoas não puderam pagar seus empréstimos, o mercado imobiliário entrou em colapso. Essa crise afetou não só os Estados Unidos, mas também outros países, incluindo Portugal.

Portugal tinha um setor imobiliário em expansão nos anos anteriores à crise, com a construção de muitos edifícios e investimentos em projetos turísticos. No entanto, a crise financeira global desencadeou o fim desse boom imobiliário, com muitos projetos não chegando a serem concluídos. Grandes bancos portugueses foram expostos a riscos financeiros e grande quantidade de empréstimos inadimplentes. O banco Espírito Santo, um dos principais bancos do país, faliu em 2014 devido à exposição excessiva ao setor imobiliário.

A queda do mercado imobiliário teve efeito direto no mercado de trabalho em Portugal. A construção e o turismo são setores importantes da economia portuguesa, e a queda no investimento imobiliário afetou diretamente a criação de empregos nessas áreas. Entre 2008 e 2013, a taxa de desemprego em Portugal mais que dobrou. A falta de oportunidades de emprego levou muitos portugueses a emigrarem em busca de trabalho em outros países.

A crise financeira também afetou a economia portuguesa de maneira geral, causando um período de recessão. O Produto Interno Bruto (PIB) do país diminuiu acentuadamente, com o país passando por três anos consecutivos de contração econômica. Para combater a recessão, Portugal adotou medidas de austeridade, cortando gastos públicos e aumentando impostos. Isso gerou protestos e greves em todo o país, com os portugueses exigindo melhores condições de vida e o fim das medidas de austeridade.

Ao longo dos anos seguintes, Portugal implementou reformas estruturais e teve um forte crescimento econômico. No entanto, a crise financeira de 2008 continua a ter efeitos que são sentidos por muitos portugueses ainda hoje. A queda do mercado imobiliário e a recessão econômica deixaram marcas profundas no país, mostrando como a economia globalizada pode ter consequências devastadoras em países de menor porte.

Em conclusão, a crise financeira de 2008 teve um efeito profundo em Portugal, afetando o mercado imobiliário, o emprego e a economia do país como um todo. Embora o país tenha se recuperado desde então, essa crise deixou marcas profundas que ainda são sentidas pelos portugueses hoje.